quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Projeto "O Mar Vai ao 1º Ciclo/PE"




       No âmbito da projeto "O Mar vai ao 1º Ciclo", na passada 2ª feira o nosso Clube do Mar visitou a Escola EB1/PE do Granho, onde todos os alunos tiveram a oportunidade de conhecer e sentir o Pai Oceano. Ficaram a conhecer alguns dos seres vivos fantásticos que vivem no Mar! Durante os próximos quinze dias, a turma dos 3º e 4º anos (da Profª Carla) terá o desafio de alimentar e observar o comportamento das anémonas "Bolinha" (Actinia equina), "Moranguinho" e "Framboesa" (Actinia fragacea), bem como do caranguejo "Jeremias" (Pachygrapsus marmoratus). Foram todos batizados pelos alunos do Clube do Mar (e suas famílias) no dia 11 de novembro, dia da sua recolha aquando da "III Expedição em Família à Praia do Magoito". Integrado no projeto "O Mar vem à Escola", estiveram na EB 2,3 de Marinhais até segunda feira passada, estando agora de visita ao Granho, onde ficarão até ao dia 18 de dezembro. Dia 19 voltarão ao seu habitat... ainda a tempo de passar o Natal com as suas Famílias.
       Ficaram também o conhecer algumas das ações do animal mais perigoso de todos os tempos (o Homem) e alguns plásticos produzidos por este, que andaram muito tempo à deriva nos Oceanos, sendo uma das grandes ameaça à Vida do nosso Planeta.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Estudo dos Resíduos Sólidos Recolhidos na "III Expedição em Família à Praia do Magoito"


         Os grupos de trabalho de 4ª feira do Clube do Mar, terminaram hoje o estudo/triagem de parte dos resíduos sólidos recolhidos na limpeza de praia que fizemos na Praia do Magoito, no passado dia 11 de novembro (III Expedição em Família àquela praia). Das 16 sacas (de 20 kg de alimento de cão) de lixo recolhidas, foram selecionadas aleatoriamente 4 dessas sacas para fazermos o estudo estatístico e investigar a origem desses resíduos produzidos pelo Homem, bem como o tempo de vida de algumas dessas peças. A data mais antiga que descobrimos, foi de uma embalagem de detergente de carpetes fabricada nos Estados Unidos da América, entre 2006 e 2010, que estava praticamente intacta e que provavelmente viajou no Giro do Atlântico Norte até à nossa costa. A maioria das peças de plástico eram pedaços de plástico que aparentam ser muito mais antigos.

        Foram estudados 511 resíduos sólidos produzidos pelo Homem. 93,4% destes resíduos são plásticos, sendo que destes 96 (17,6%) eram cabos, onde muitos animais marinhos podem ficar presos e morrer estrangulados ou acabar sem membros/barbatanas. Escovas de dentes, palhinhas, cotonetes, redes, embalagens, sacos de plástico... foram alguns dos muitos resíduos intactos que conseguimos identificar. No entanto, 297 (58%) dos plásticos estudados, não os conseguimos identificar, sendo fragmentos (entre os 2,5 e os 15 cm) de objetos que aos poucos se partem em microplásticos (foram observados na praia milhares destes minúsculos pedacinhos de plástico).

        Dos metais recolhidos apenas um parecia ter viajado ao sabor das correntes oceânicas (uma embalagem de desodorizante bastante danificada). Todos os outros foram deixados na praia pelo Homem, como por exemplo película de alumínio, caricas de garafas de cerveja, latas de cerveja, entre outros.

       Também contabilizámos 7 garrafas de vidro, havendo uma com tampa e que indiciava ter andado à deriva durante algum tempo, não tendo as outras garrafas tampa, parecendo recentes e deixadas na praia.

        Do lixo estudado foram recolhidos dois pedaços de telha de amianto.

        À parte dos resíduos sólidos produzidos pelo Homem, também estivemos a identificar alguns dos restos de animais e plantas recolhidos. Para além dos caramujos-surfistas (Janthina janthina), da caravela-portuguesa (Physalia physalis), de várias espécies de esponjas-do-mar e de ovos de raia, entre outros restos de espécies observadas e recolhidas na praia, hoje identificámos dois ovos de tubarão, da espécie pata-roxa (Scyliorhinus canicula) que estavam no meio dos resíduos sólidos.

        Tal como supeitávamos, o plástico foi o resíduo sólido mais abundante (93,4%)! É urgente cada um de nós reduzir ao mínimo o consumo de produtos embalados em plástico ou mesmo recusar este material, reutilizando-o e, em último lugar, reciclar este material... que está a destruir a Vida (incluindo a nossa) do nosso Paraíso Terra!!!